O incômodo que restos de alimentos jogados na lixeira provocavam na comunidade escolar da Emeif Jardim Rio da Granja, em Bertioga, acabou virando um projeto: ‘Diga não ao desperdício de alimentos’. Uma questão de higiene e conscientização ambiental acabou se transformando em um projeto muito maior de cidadania, economia doméstica e solidariedade.
“Percebemos que todo dia a lixeira ficava cheia de restos de comida, atraindo animais e provocando cheiro ruim”, conta a diretora Fátima Aparecida Dias Barreto. A ideia foi diminuir a quantidade de comida descartada, partindo da conscientização das crianças. A partir daí, os professores iniciaram um trabalho em sala de aula, falando sobre a fome no mundo, o problema do lixo, a escassez de alimentos e até sobre economia doméstica.
“Ensinamos as crianças a servir somente o que vão comer. No final da merenda, juntamos tudo que foi deixado nos pratos e pesamos. A sala de aula que tiver menos desperdício é a vencedora”.
O projeto teve início este mês, quando eram desperdiçados cerca de dois quilos de alimentos por sala de aula e hoje algumas já têm desperdício zero. A competição não conta com qualquer premiação, entretanto o engajamento das crianças é total. “Eu aprendi que existem muitas pessoas sem alimento no mundo e não podemos desperdiçar. E na minha casa também faço assim”, contou Jeferson Cristiano, de 10 anos.
O trabalho em sala de aula contou também com a apresentação de diversos filmes sobre o desperdício de alimento no mundo. Segundo a diretora da unidade, no Brasil, de cada R$ 350,00 em compras, R$ 116,00 representam desperdício.
As atividades também passam pela arte culinária. As merendeiras elaboram pratos com o aproveitamento total dos alimentos, como a farofa de talos, que antes iriam para ao lixo. “Na sala de aula, os professores ensinam a receita para os alunos que ainda levam para casa. Eles são os multiplicadores das informações”, disse a diretora.
Meio Ambiente
A educação ambiental é trabalhada durante o ano todo na Emeif Jardim Rio da Granja, de acordo com Fátima. As crianças ajudam a cuidar da horta e já plantaram mais de 20 mudas de árvores frutíferas no terreno da escola.
“Também realizamos atividades durante o ano, com temas diferentes para cada sala de aula, como manguezal e vegetação da Mata Atlântica. Esses trabalhos serão apresentados em uma feira no mês de setembro”, explicou a diretora.
Fonte: Diário do Litoral